R7 Facilities, uma empresa com um histórico manchado por alegações de fraude e práticas trabalhistas inadequadas, está no centro da Operação Dissimulo, que teve início nesta terça-feira, 11 de fevereiro de 2024. A operação resultou na execução de 26 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, com foco na suposta manipulação de licitações para serviços terceirizados que envolvem contratações com o governo brasileiro.
A investigação, que começou em 2024 com a Controladoria-Geral da União (CGU) após relatos de irregularidades na gestão do contrato de manutenção da Penitenciária Federal de Mossoró, ganhou força após uma fuga notável de dois presos da unidade. A CGU e Polícia Federal (PF), juntamente com a Receita Federal, apuraram que R7 Facilities e outras empresas associadas podem ter se envolvido em um esquema para fraudar concorrências públicas, utilizando falsificações para obter vantagens ilícitas.
Segundo as autoridades, as investigações revelaram que as empresas envolvidas usaram “laranjas” para ocultar os verdadeiros proprietários, dificultando assim o controle fiscal e ampliando o alcance das fraudes. Isso sugere que, além das penalidades associadas à fraude, há um impacto direto sobre os trabalhadores, muitos dos quais enfrentaram dificuldades extremas.
A R7 Facilities, que gere contratos conhecidos que somam mais de R$ 40 milhões com varias pastas do governo, está sob escrutínio especial após seu contrato de R$ 321 milhões com o Ministério da Gestão e da inovação em Serviços Públicos ser desclassificado recentemente. Este contrato era destinado à manutenção em 12 ministérios e sua desclassificação lança dúvidas sobre as práticas operacionais da empresa.
Investigações relacionadas à R7 Facilities não são novas. Desde 2019, já existiam alertas sobre práticas questionáveis, conforme apurado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em relação a um contrato com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Apesar da gravidade das alegações e das ações administrativas em curso, já foram instaurados pelo menos oito inquéritos civis e duas ações civis relacionadas às práticas laborais da R7 no Ministério Público do Trabalho (MPT).
Entre as preocupações levantadas pelo MPT estão o atraso em pagamentos de salários, inconsistências em registros de jornada e até mesmo alegações de discriminação e conduta antissindical. Em meio à instabilidade laboral, empregados da empresa relataram protestos por conta de salários não pagos, levando muitos deles a se reunirem com legisladores e representantes sindicais em busca de auxílio.
Uma funcionária que preferiu não ser identificada, lamentou: "O auxílio transporte e o ticket alimentação, que deveriam ser pagos até o último dia do mês passado, para que pudéssemos trabalhar este mês, não foram pagos, o que torna economicamente impossível trabalharmos". Este tipo de situação reflete não apenas nas finanças pessoais dos trabalhadores, mas também em sua capacidade de realizar suas funções com dignidade.
The present situation has raised several eyebrows, especially following the resurgence of the company’s reputed founder, Gildenilson Braz Torres, que, apesar de ter passado por problemas financeiros, preside uma empresa que faz transações significativas com o governo. Torres está em condição judicial desfavorável devido a uma sentença que mandou penhorar seus bens por uma dívida de R$ 8,6 mil, o que levanta questionamentos sobre sua capacidade de gerir uma empresa que mantém contratações milionárias com o poder público.
A R7 Facilities, embora sob intenso escrutínio, negou relatos de demissões em massa, afirmando em uma nota que está comprometida em oferecer o melhor para seus colaboradores e fornecedores. Contudo, esse compromisso parece ser testado por denúncias de práticas laborais enganosas e por um histórico que inclui alegações de manipulação de licitações.
Enquanto as investigações prosseguem, o impacto sobre os trabalhadores e as práticas de gestão de R7 Facilities continuam sendo áreas críticas para observação. O cenário revela sérias implicações para o futuro da empresa e, potencialmente, para outros contratos governamentais, conforme se busca garantir maior transparência e conformidade no setor de serviços públicos no Brasil.